domingo, 30 de outubro de 2011

Cumpra-se!

Já está no ar o site da Campanha Cumpra-se! O site constitui-se como um espaço de luta por cidadania e direitos humanos. A Campanha exije que o Estado brasileiro cumpra integralmente a sentença da Corte Interamericana de Direitos Humanos sobre o Caso Guerrilha do Araguaia, tortura, execução e desaparecimento nos anos de chumbo no Brasil. A Campanha exije também o acolhimento da ADPF 153 pelo STF, aprovação do PL 573/11 que dá interpretação à Lei da Anistia em harmonia com o Pacto de São José da Costa Rica, e, a exemplo de outros países latinoamericanos, por uma Comissão da Verdade autônoma e consequente.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Sarau da Ocupação São João: alto e bom som!

Numa antiga fôrma vertical,
Onde do alto avista-se o horizonte,
Junte dezenas de famílias, Josés e Marias
Misture muita luta, esperança
E vontade de viver um mundo mais justo e melhor
Para ver no que vai dar: Ocupação São João!


A boa quarta-feira (26) abriu os caminhos para o primeiro sarau de ritmo e poesia da Ocupação São João. O número 588 da avenida que dá nome a ocupação era só alegria.
Gente da poesia, da rima, do ritmo, do trabalho duro e das duras lutas do dia a dia soltaram a voz, a ginga e o verbo. Crianças, jovens, adultos, tudo junto numa só geração! Meninos, meninas, homens, mulheres, máximo respeito pelas opções. Tudo junto e misturado na mesma sintonia: a luta por um mundo mais poético, justo e igualitário nos une sempre!
A guerreira Nazaré abrindo os caminhos

Muita gente passou por lá, algumas mesmo sem estar presente. Os livros representaram, e mandaram bem. Teve a guerreira Nazaré abrindo os caminhos da noite para a poesia em voz alta e bom som, crianças lendo parlendas, vó recitando Florbela Espanca, menino recitando Elizandra Souza e menina Sérgio Vaz. Os agitadores Monge e Fefe invocando Leminski do além, que voltou só para dar um "oi". Teve Maria Tereza e suas Negrices em Flor, Luan Luando e seu Manda Busca passando de mão em mão, Henrique Godoy anunciando Roube-me Por Favor, o poeta Paulo e sua Perifatividade, Bruno e sua poesia no violão. Teve GOG, Alessandro Buzo e Tubarão como inspiração para não deixar a poesia cair nem o silêncio tomar conta do lugar. Pode aplaudir que é gente como a gente, é gente da gente! De norte a leste, tem sempre um centro no meio, Toroká, Elizandra e Avelino, rima e poesia na Brasa.

A vó, o elo de gerações

As crianças e suas realistas parlendas

A rima de Toroká

A poesia-protesto de Paulo Perifatividade

A poesia se armou e não mandou recado, disparou uma atrás da outra contra a violência contra a mulher, contra despejos forçados de famílias pobres, contra o desgastado sistema político vigente que não convence e não representa o povo, contra a especulação imobiliária e o capitalismo. Mas disparou também a favor da Ocupação São João e das lutas populares que fazem um mundo melhor. Porque um espaço ocupado é sempre um espaço encantado! Tudo isso - que não é pouco! - com a bênção do imortal poeta do povo Solano Trindade e suas poesias de combate.

Livros para um mundo melhor

domingo, 23 de outubro de 2011

Não uma, mas muitas acampadas anticapitalistas mundo afora!

Tela de impressão do Data Blog, do jornal britânico The Guardian. No mapa mundial das ocupações públicas anticaplitalistas, registros do Brasil vindos dos estados do Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro. Até a mídia de massa britânica está atrasada!

sábado, 22 de outubro de 2011

Revista Veja: não leio e não gosto!

A revista Veja, porta voz semanal conservador da "minoria branca", como a direita brasileira costuma se referir a ela própria, tenta mais uma vez criar uma confusão ideológica na chamada opinião pública. Confusão que, claro, jogaria a seu favor se não fosse por um detalhe - que faz grande diferença. A indignação global expressada pelos movimentos que tem tomado os espaços públicos das cidades como atos políticos e propositivos, inclusive no Brasil, veem na revista Veja e nos grupos aos quais a semanal representa, os principais responsáveis pela manutenção do mais injusto sistema político e econômico que existe na face da Terra: o capitalismo!
A corrupção é um sistema de lucro distorcido, mas ainda assim, lucro (de poucos!), sem o qual o capitalismo (e a desigualdade) não existiria. O movimento global que está nas ruas nada tem a ver, por exemplo, com as caras pintadas de verde e amarelo do início dos anos 1990. Aquilo sim, cabia perfeitamente nas páginas amarelas da recalcada semanal que anos antes havia servido inclusive a ditadura civil-miltar.
Importante notar que nos cestos de livros e revistas espalhados pelo Acampa São Paulo há uma literatura de esquerda e humanista diversificada. No entanto, nenhuma revista Veja é vista no local. Isso porque - por uma questão ideológica -, a revista Veja não nos representa!

Ocupa SP: mais de 168 horas de democracia real, crítica política e solidariedade sem preço, mas com valor coletivo!

O Movimento Ocupa São Paulo completa hoje uma semana de acampada debaixo do Viaduto do Chá, no Vale do Anhangabaú. São mais de 168 horas de atividades, 24 horas por dia, sob sol, chuva, vento, frio e ameças constantes da Guarda Civil Metropolitana e da Polícia Militar. Não é pouco! Muita gente já passou por lá. Outras ficaram por lá. Mais gente continua chegando para ficar. São diversas as reivindicações, todas elas justas! Vale tudo para fazer da cidade o espaço público da democracia real, da crítica política e da solidariedade sem preço, mas com valor coletivo.
Uma programação especial espera sua participação.
Confira a programação completa aqui.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Tortura: até quando?

O Subcomitê de Prevenção e Combate à Tortura da Organização das Nações Unidas (ONU) visitou mais uma vez o Brasil. A comissão, formada por especialista em direitos humanos, recebeu várias denúncias de tortura práticada por agentes da força de segurança e vistoriou instituições oficiais de privação temporária ou permanente de liberdade em vários estados do país. O Brasil aparece na lista dos paises onde a violação dos direitos humanos é sistemática e conta com a participação direta ou a omissão do Estado.
A tortura continua sendo praticada por agentes da força de segurança, prática constantemente banalizada pelos veículos de imprensa com o perigoso objetivo de torná-la socialmente aceita. Imagem que contrasta com a de país que tem dado atenção especial a população mais pobre, ainda mais quando se constata que são os mais podres as maiores vitimas das violações de direitos humanos cometidas no Brasil.
Há 10 anos, Nigel Rodley, então relator da ONU contra a tortura, após visitar o Brasil, elaborou contundente relatório sobre a totura praticado no país. No final do documento, o relator fez importantes recomendações como: 1. Dar um fim à tolerância cultural brasileira com a tortura; 2. Garantir a independência dos órgãos de apuração sobre estas violações, reforçar o controle externo à atuação das polícias Civil e Militar; e 3. Separar os serviços que emitem laudos sobre a tortura destas corporações. Recomendações que até hoje não foram atendidas. Em 2007, o Brasil assinou o Protocolo Facultativo da Convenção da ONU contra a Tortura. Faltou mais iniciativas.
O Brasil não pode mais disperdiçar a chance de atuar seriamente no combate a tortura. O governo brasileiro deve demonstrar mais do que apenas intenções. O Brasil precisa criar logo o Sistema Nacional de Prevenção e Combate à Tortura, que possa efetivamente monitorar, apurar, investigar e propor ações para eliminar a tortura de uma vez por todas do país.

domingo, 2 de outubro de 2011

Dia de Festa na Ocupação São João

Ontem foi dia de festa na ocupação São João, localizada no número 588, da famosa avenida de mesmo nome, em São Paulo. O motivo: as famílias comemoram 1 ano da ocupação do prédio de um antigo hotel abandonado há 20 anos. Nos corredores, ouvia-se a lenda, com certo orgulho, de que Raul Seixas hospederá-se várias vezes naquele hotel. As famílias compareceram em peso. A correria e as brincadeiras das crianças deram o tom da festa. Dezenas de apoiadores e colaboradores, como os oficineiros do espaço de cultura da ocupação, compareceram para prestigiar a festa e prestar solidariedade às familias que hoje moram na ocupação. Além de muita música, a festa contou com o lançamento de dois documentários: o primeiro, "Todas as mulheres do mundo", trata, através de depoimentos, sobre o protagonismo das mulheres que lideram a ocupação e atuam pela Frente de Luta por Moradia (FLM); o segundo, "Ipiranga, 865", mostras diversas facetas da ocupação do endereço de mesmo nome em uma ferramenta virtual que pode ser conferida aqui.